quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Dengue tipo 2 ronda o Ceará

A possibilidade de o Ceará ser atingido pela circulação do tipo 2 da dengue, denominada como dengue grave pela Organização Mundial da Saúde (OMS), preocupa especialistas que participaram do II Seminário sobre Febre Chikungunya e outras Arboviroses do Nordeste, realizado ontem em Fortaleza. Luciano Pamplona, professor de Medicina da Universidade Federal Do Ceará (UFC), explica que devido ao sorotipo 2 não circular no Estado há dez anos, existe maior probabilidade de pessoas que nasceram nesse período serem contaminadas. “A reintrodução do (vírus tipo) dois torna uma parte relevante da população suscetível à doença, o que pode gerar uma epidemia”, alerta.

Devido ao acúmulo de água parada e elevado índice de umidade, a quadra chuvosa é historicamente um período com maior incidência de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como chikungunya, zika e dengue. O combate a essas arboviroses, entretanto, tem como desafio executar visitas domiciliares e conscientizar a população sobre os cuidados. Isso acontece principalmente devido aos imóveis que passam boa parte do dia vazios e à recusa do atendimento, segundo Nélio Morais, coordenador de Vigilância em Saúde de Fortaleza.

Ele argumenta que o controle também passa por uma reforma no sistema público de saúde, pois muitos problemas poderiam ser resolvidos com mais agilidade em postos de saúde ou clínicas especializadas, mas acabam indo para grandes hospitais, causando sobrecarga.

Ainda que não seja oferecida pela rede pública, existe uma vacina contra a dengue disponível em clínicas particulares. Ela tem eficácia de 65,5% na prevenção da doença. A vacina funciona por meio de três doses, tomadas em intervalos de seis meses.

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