segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Janaina Paschoal volta a cobrar Flávio Bolsonaro sobre ida ao STF

A advogada, professora universitária e deputada estadual do PSL Janaína Conceição Paschoal, eleita com mais de dois milhões de votos, disse ao jornal O Estado de S. Paulo, em entrevista, que o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, "tem todo o direito à defesa, a entrar com todas as medidas, mas me parece complicado ver uma reação parecida com a que foi a do Aécio (Neves) e com a que é a do Lula até hoje".

Para Janaina, "foi um erro" o senador ter concordado com o pedido ao Supremo Tribunal Federal para que suspendesse a investigação, pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, concedido em liminar do ministro Luiz Fux. "Foi um erro, porque, ainda que não tenha nada errado, isso gerou uma situação, um sentimento, 'poxa, por que ele não explica logo?'. E é um sentimento legítimo", explicou.

A deputada também falou sobre o momento do caso do filho do vice Hamilton Mourão promovido com o triplo do salário no Banco do Brasil, que já havia criticado no Twitter. "Fiquei chocada", disse na entrevista. "Não pela promoção em si, porque não é ilícito, mas porque é incompatível com o que a gente quer. Mostra mais permeabilidade do que deveria haver. Não deveria nem passar pela cabeça do general."

A parlamentar mais votada para o Legislativo estadual contou ao Estado que viu "muita vaidade, muita disputa de poder" na montagem do novo governo. "Assustador", definiu. Sobre os deputados do PSL e de outros partidos da base que foram recentemente à China, disse, sem especificar nomes, que "esse pessoal está com palhaçada".

Janaína Conceição Paschoal tem 44 anos e é professora do curso de Direito da USP, no momento licenciada. Entrou para a história, como se sabe, por ter sido um dos advogados que pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os outros dois foram Miguel Reale e Hélio Bicudo, este recentemente falecido. Bicudo foi um dos consultados quando a política partidária bateu à porta da advogada. "Não entre nesse mundo, não é para você", disse a ela, segundo contou na sala de reuniões do escritório que divide com duas irmãs igualmente advogadas, na rua Pamplona, na capital paulista.

"Ainda tenho dúvida se o mundo político partidário é para mim", afirmou. Com a posse na Assembleia Legislativa marcada para 15 de março, e é uma das anunciadas candidatas à presidência da Casa. "Será muito difícil ganhar", disse, apontando que vai disputar. Contou, mesmo assim, que no passado fim de semana, o pai, de 65 anos, incomodado com as primeiras semanas do novo governo, perguntou a ela se não iria sair do PSL. A deputada foi consultar a legislação, o que continua fazendo.

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