domingo, 20 de janeiro de 2019

Hamilton Mourão critica acordo entre Ceará e Bahia

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), criticou acordo fechado entre os governadores petistas do Ceará, Camilo Santana, e da Bahia, Rui Costa, que mantém desde o dia 5 de janeiro um contingente de cerca de 100 policiais militares baianos no Ceará para ajudar a controlar a crise de segurança que o Estado vem sofrendo nas últimas semanas. A informação é do Uol.

O acordo também irritou militares das Forças Armadas. Segundo o site, eles argumentam que a ação de empréstimo de policiais não deveria ter ocorrido sem o intermédio do governo federal. Também foram feitas críticas a supostos objetivos políticos na medida.

Em entrevista concedida por telefone ao Uol, o vice-presidente Mourão classificou a ação como “mais uma jogada de marketing”. “No meio de uma crise dessa natureza, o governador da Bahia mandar 100 policiais para o Ceará é igual a tapar um buraco com uma pedrinha”, criticou.

Militares ouvidos teriam dito ainda que a medida de empréstimo poderia abrir precedentes para propostas de formação de forças regionais militarizadas, não previstas na Constituição Federal. O Exército, entretanto, não se manifestou oficialmente sobre o caso.

O governo da Bahia negou intenções políticas e disse que a ação segue “o preceito de mútua cooperação entre os entes federados, contemplado na Constituição”. O combate a quadrilhas interestaduais também foi argumento usado pelo Estado.

Em nota, o governo cearense afirmou que o convênio de cooperação entre os estados foi firmado para “debelar o problema de segurança que está ocorrendo no Ceará”. A nota também diz que o empréstimo não viola a Constituição em relação à autonomia dos entes federativos, ponto criticado pela oposição ao governo baiano, e afirma que a Bahia não exerce interferência na ação dos policiais durante sua atuação no Ceará.

O Ceará vive desde o dia 2 de janeiro onda de violência com ataques a prédios públicos e privados, ônibus, pontes e viadutos. Neste sábado, subiu para 399 o número de presos relacionados aos atentados, que, suspeita-se, sejam comandados de presídios onde estão líderes de facções criminosas.

(O POVO Online)

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