segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Ciro descarta apoio a Bolsonaro

Fora do 2º turno, o candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) não se posicionou oficialmente para a próxima etapa desta eleição, mas descartou aliança com Bolsonaro. Questionado sobre quem apoiaria, afirmou: "Uma coisa eu posso adiantar, minhas história de vida é de defesa da democracia e contra o fascismo. Ele não, sem dúvida". Ciro falou rapidamente com os jornalistas após o resultado, na noite de ontem, em frente ao seu apartamento, na Praia de Iracema.

Ciro disse que deve oficializar posicionamento em breve e que a situação exige cautela, pois "representa um conjunto muito grande de forças". No Ceará, ele figurou com o primeiro lugar na corrida presidencial, com 40,98% dos votos válidos, totalizando 1, 99 milhão. Já no cenário nacional, ficou em terceiro lugar, com mais de 13 milhões de votos, atrás de Fernando Haddad (PT), com 30 milhões de votos. Bolsonaro teve quase 50 milhões.

O pedetista demonstrou tranquilidade com o resultado e agradeceu ao eleitorado cearense, afirmando que o "Ceará é um estado politizado". "Estou cheio de gratidão pelos milhões de brasileiros que aceitaram minha mensagem. Especialmente agradecido pelo Ceará, que é o estado que me conhece de perto, sabe dos meus defeitos, das minhas humanidades e me deu uma vitória absolutamente extraordinária", acrescentou.

Durante coletiva, Ciro respondeu, em tom de brincadeira, a um manifestante pró-Bolsonaro que gritou o nome do candidato enquanto passava pelo local. Ciro devolveu com uma gíria cearense: "Aí dento". Interrogado sobre quando iria assumir posição, brincou: "Vou tomar uma para espalhar o sangue e amanhã a gente fala".

Ciro Gomes acompanhou a apuração dos votos em casa, na Capital, e seguiu ao lado do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), e do irmão, Cid Gomes, para celebrar a eleição com folga de Camilo Santana (PT) ao Governo, e de Cid ao Senado Federal. "Eu vou agora comemorar a vitória do Camilo, que é uma vitória superlativa, e do Cid Gomes, que é o meu orgulho", disse.

Marina Silva, candidata da Rede à presidência da República, creditou seu péssimo desempenho à estratégia do voto útil no primeiro turno. "Infelizmente, uma realidade marcada cada vez mais pela velha polarização, que agora se tornou tóxica nessa campanha. As candidaturas que não estavam nesses polos tóxicos acabaram sofrendo um esvaziamento em função da pregação do voto útil".

Questionados sobre como se posicionarão no segundo turno, Marina Silva e o vice em sua chapa, Eduardo Jorge (PV), afirmaram ainda não terem tomado uma decisão, mas não descartaram declarar apoio em Haddad. Sem citar nomes, ambos disseram que não apoiam "candidatos autoritários".

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, em um rápido discurso na capital paulista, afirmou que a executiva nacional do partido deve se reunir na próxima terça-feira para decidir, entre outras coisas, sobre uma eventual declaração de apoio no segundo turno. "Quero transmitir nosso absoluto respeito ao resultado das urnas e, de outro lado, destacar nossa serenidade, como democratas que somos, e nossa humildade", disse o tucano.

Com 98,56% das urnas apuradas, Alckmin teve 4,79% ou pouco mais de 5 milhões de votos. Este é o pior desempenho do PSDB em uma campanha presidencial desde sua fundação, em 1988.

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