quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Polícia Federal diz em relatório: Temer recebeu vantagens indevidas da Odebrecht

Um relatório da Polícia Federal enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e revela ter encontrado indícios de que o presidente Michel Temer recebeu vantagem indevida da construtora Odebrecht. A informação é da TV Globo, adiantando que no documento o delegado Thiago Delabary aponta, ainda, suspeitas de que Temer cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A TV Globo procurou a assessoria do presidente e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.

O inquérito no qual o relatório foi enviado se refere a um jantar no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, em que se teria acertado o repasse ilícito de R$ 10 milhões ao MDB.

De acordo os delatores da Odebrecht, teriam participado da reunião Eliseu Padilha (atual ministro da Casa Civil), o então presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, o ex-executivo Cláudio Melo Filho e o então vice-presidente Michel Temer

A TV Globo também procurou a assessoria de Padilha e aguardava resposta.

Conforme o delegado Delabary, há indícios de repasses de R$ 1.438,00 a Temer após pedidos de Moreira Franco (atual ministro de Minas e Energia).

“Michel Miguel Elias Temer recebeu, em razão da função, por intermédio de João Baptista Lima Filho, em São Paulo/SP, R$ 500.000,00 em 19/03/2014, R$ 500.000,00 em 20/03/2014 e R$ 438.000,00 em 21/03/2014, totalizando R$ 1.438.000,00, decorrentes da solicitação dirigida por Moreira Franco a executivos da Odebrecht, além de ser o possível destinatário dos valores recebidos por José Yunes em 04/09/2014, em seu escritório de advocacia, fatos que, somados ao invariável emprego de dinheiro em espécie e de pessoas interpostas, espelham as condutas insculpidas no artigo 317 (corrupção passiva) do Código Penal e no artigo 1° da lei 9.613/98 (lavagem de dinheiro”, diz a PF.

Agora, o relator do inquérito, ministro Luiz Edson Fachin, deverá encaminhar o caso para análise da Procuradoria Geral da República, que decidirá se denuncia ou não o presidente.

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