quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Corpo de estudante assassinada na Nicarágua chega nesta sexta-feira

O corpo da estudante pernambucana assassinada na cidade de Manágua, na Nicarágua, no último dia 23, Raynéia Gabrielle Lima, chegará ao Recife na madrugada da próxima sexta-feira (03). O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa pelo secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico. O funeral será no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, na região metropolitana do Recife.

De acordo com o secretário, o corpo sairá de Manágua às 14h30min, com parada na capital do Panamá, de onde parte às 18h15, sempre no horário de Brasília, com destino ao Brasil. A chegada ao Recife está prevista para as 00h35min da sexta-feira. “O governo de Pernambuco conclui definitivamente a sua participação neste caso, no que tange ao translado do corpo de Raynéia para o Brasil”, afirmou Eurico.

Segundo o secretário, as despesas do traslado, que estão sendo custeadas pelo governo de Pernambuco, totalizaram R$ 16.273,16.

Entenda o caso

A estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima foi morta, na noite de segunda-feira (23) da semana passada, com um tiro no peito que, segundo o reitor da Universidade Americana (UAM), Ernesto Medina, foi disparado por um “um grupo de paramilitares” no sul da capital Manágua.

A Nicarágua vive uma crise sociopolítica com manifestações que se intensificaram desde abril. Os manifestantes pedem a saída do presidente Daniel Ortega, que se mantém há 11 anos no poder, em meio a acusações de abuso e corrupção. A repressão aos protestos populares já deixou entre 277 e 351 mortos, de acordo com organizações humanitárias locais e internacionais.

O assassinato da estudante brasileira ocorreu horas depois de o reitor participar de um fórum no qual disse que o crescimento econômico e a segurança na Nicarágua, antes da explosão dos protestos contra Ortega, em abril, “era parte de uma farsa” porque “nunca houve um plano que acabasse com a pobreza e a injustiça”.

O governo de Daniel Ortega foi acusado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) pelos assassinatos, maus tratos, possíveis atos de tortura e prisões arbitrárias ocorridas em território nicaraguense.

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