sábado, 10 de março de 2018

Transferência de 50 presos para cadeia de Cedro causa medo e aulas de uma escola estão suspensas

Após suspender visitas sociais e íntimas em dez cadeias da região Centro-Sul do Ceará, na quinta-feira, 8, a Secretaria de Justiça do Estado (Sejus) determinou a transferência de pelo menos 50 presos para a unidade de Cedro.

A medida causou apreensão entre os moradores, que temem rebelião, e a suspensão das aulas da Escola de Ensino Fundamental Francisca de Jesus Cavalcanti, cujo prédio é vizinho ao presídio. Cerca de 280 crianças do ensino fundamental estão sem assistir aulas e não há prazo para retorno dos alunos.

“A população está assustada”, disse o prefeito de Cedro, Dr. Nilson Diniz. “Tivemos que suspender as aulas, por temer insegurança, a ocorrência de um problema grave na cadeia, que é vizinha a escola”. O gestor disse que o município não dispõe de outros imóvel para a transferência dos alunos. “Vamos ter de encontrar uma alternativa, mas não sei ainda como”, frisou. A unidade de ensino é de tempo integral.

Para Dr. Nilson Diniz, a transferência dos presos para Cedro foi uma surpresa desagradável e um problema para a cidade. “Procurei a secretária Socorro França, da Sejus, e ela explicou que Cedro era a cadeia de melhor condição na região, mas não sabia da existência da escola”, contou. “A secretária disse que haveria um reforço de cinco ou seis agentes penitenciários por equipe”.

A cadeia de Cedro que estava lotada, ficou superlotada.

Ainda segundo o prefeito, não houve reforço de policiais militares para destacamento de Cedro. “Essa transferência de presos causou um alvoroço e todos estão temerosos”, pontuou Dr. Nilson Diniz.

O prefeito e o juiz de Direito da comarca de Cedro visitaram ainda nesta quinta-feira a escola e o magistrado demonstrou também preocupação.

Em sua rede social, o delegado de Polícia Civil de Cedro, Caio Tomazini Munhoz Goya, disse que a responsabilidade de custódia de todos os presos é da Secretaria de Justiça do Estado (Sejus), que as polícias civil e militar são vinculadas à Secretaria de Segurança Pública e que a decisão da recolocação de 50 presos foi da Sejus. Por fim o delegado concluiu: “Vamos atribuir determinadas responsabilidades a quem de fato cabe”.

SUSPENSÃO DAS VISITAS

A suspensão das visitas sociais e íntimas de cadeias públicas das cidades de Acopiara, Cedro, Icó, Iguatu, Ipaumirim, Jucás, Lavras da Mangabeira, Mombaça, Orós e Várzea Alegre foi por meio de portaria publicada no Diário Oficial do Estado no último dia 6, com validade por 30 dias.

Dentre as justificativas há a morte de pelo menos dois presos outros 11 que ficaram feridos na Cadeia de Pentecostes e a execução do agente penitenciário Carlos Bezerra, em Orós, ocorrida no último dia 2. Houve ameaça a servidores penitenciários postadas na internet e a ‘guerra’ entre facções criminosas. 

Diário do Nordeste

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