quinta-feira, 29 de março de 2018

Inquérito indica que a terceira denúncia contra presidente Temer está próxima

Uma decisão tomada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, influiu na decretação da prisão provisória dos amigos de Michel Temer e de empresários do setor portuário na Operação Skala, deflagrada nesta quinta-feira. A Polícia Federal havia requisitado a condução coercitiva dos suspeitos. Mas Gilmar proibira esse tipo de procedimento num despacho proferido em dezembro do ano passado. A Procuradoria viu-se compelida, então, a requerer a prisão dos alvos da PF por cinco dias.

A má notícia para Temer é que a procuradora-geral da República Raquel Dodge considerou que há no processo indícios da prática de crimes que justificam a adoção da providência drástica. A péssima notícia para o presidente é que o ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso dos portos no Supremo, concordou com Raquel Dodge. E como há males que vêm para pior, o cheiro que exala da cozinha do inquérito indica que está no forno uma terceira denúnica criminal contra o presidente da República.

Investiga-se a suspeita de que Temer tenha recebido propinas para editar, no ano passado, decreto que afetou os negócios de empresas portuárias. A Polícia Federal diz ter colecionado evidências de que há um esquema de corrupção funcionando no setor de portos há mais de 20 anos. Nessa versão, o principal operador de Temer é o coronel da reserva da PM paulista João Baptista Lima, amigo do presidente há três décadas. Nas palavras dos investigadores, as propinas tiveram “fins pessoais e eleitorais.”

Uol

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