quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Audiência pública na Câmara de Vereadores debate violência contra a mulher e apresenta reivindicações

A violência praticada contra a mulher foi tema de audiência pública realizada na Câmara Municipal de Iguatu nesta terça-feira, 21. A reunião faz parte da mobilização nacional que prevê 16 dias de ativismo e atendeu a uma solicitação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM).

No próximo 25 de novembro, será comemorado o Dia Internacional de Não-Violência contra a Mulher, instituído em 1999, pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em Iguatu, haverá mobilização na Praça Gonçalves de Carvalho (Caixa Econômica).

As participantes do evento defenderam a criação de uma secretaria municipal da mulher ou de uma coordenadoria de políticas públicas ligadas à luta de valorização e proteção da mulher, a criação de um juizado especializado e o funcionamento aos fins de semana da Delegacia de Proteção e Defesa da Mulher.

A presidente do CMDM, Francisca Saraiva, destacou a importância da audiência pública para sensibilizar autoridades locais e a população sobre a importância da mobilização. “Lutamos por igualdade, contra os preconceitos e incompreensões e queremos chamar a atenção da sociedade para esse grave problema que é a violência praticada contra a mulher”, pontuou.

Os dados mostram um crescimento de atos de violência. Observe:

Em 2016 – Inquéritos policiais foram 60; boletim de ocorrência, 373;

Em 2017 – Inquéritos policiais foram 121; boletim de ocorrência 387.

A psicóloga, Jéssica Queiroga, destacou o funcionamento do Centro de Referência da Mulher. “Está equipado e temos uma equipe completa de trabalho”, frisou.

A professora do curso de Direito da Universidade Regional do Cariri (Urca), Unidade de Ensino de Iguatu, Iasmine Saraiva, destacou a importância de criação de uma Casa Abrigo. “A mulher que é vítima de violência no lar, do companheiro, marido, não tem para onde ir e precisa de um abrigo provisório”, defendeu.

Iasmine Saraiva mostrou que em 2015 houve registro de 18% de casos de violência contra a mulher no Brasil e em 2017, saltou para 29%.

O padre Anastácio Ferreira trouxe um olhar bíblico e cristão para a questão da necessidade do respeito, da igualdade entre homens e mulheres e pediu a luta de todos contra formas de degradação da mulher. “O agressor destrata, elimina a auto-estima, deixa a mulher inferiorizada, e lamentavelmente existem muitos casos de violência nos lares”. O sacerdote afirmou e tirou aplausos da plateia: “lugar de mulher é onde ela quiser”.

A delegada de Proteção e Defesa da Mulher, Monique Teixeira, defendeu a necessidade de construção de novos valores na sociedade. “O problema da violência contra a mulher é sério e diz respeitos a todos nós”, pontuou. A secretária de Ação Social, Eliane Braz, destacou as ações da administração no apoio ao funcionamento das instituições e equipamentos sociais ligados à proteção e promoção da mulher.

O presidente da Câmara, Mário Rodrigues, destacou a importância do debate e as reivindicações apresentadas durante a audiência. “Foi um debate enriquecedor e creio que algumas das propostas podem ser implementadas”, disse.

DN Centro Sul
Jornalista Honório Barbosa

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