Debatendo problemas e soluções para lidar com a seca no Ceará, prefeitos e gestores dos setores agrário e ambiental se reuniram na tarde de ontem. Promovida pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a V edição do projeto Diálogos Municipalistas teve como tema em Fortaleza “Convívio com o Semiárido e as Mudanças Climáticas”.
No evento, foram apresentadas experiências e ideias de como os municípios podem explorar potencialidades para gerar emprego e renda de maneira ambientalmente sustentável em tempos de estiagem.
Consultora da área de Meio Ambiente da CNM, Cláudia Lins explica que o papel da entidade é incentivar uma maior autonomia dos municípios mesmo em situações emergenciais e de grande demanda financeira, como a crise hídrica. “Os exemplos apresentados são os de trabalhar diferentes áreas da gestão pública voltada para a geração de renda com políticas ambiental e social. A gente precisa pensar fora da caixa. Entender qual a potencialidade do município”, argumenta.
Analista de Desenvolvimento Rural, Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Nicolas Fabre aponta que é possível fazer muito mais em termos de gestão com menos recursos. Ele questiona, por exemplo, o modelo de abastecimento nos municípios via carro-pipa. “São gastos cerca de R$ 28 milhões por mês para fornecer uma água de baixa qualidade, que ainda vai gerar outros custos com saúde”, diz, sugerindo estações de tratamento móveis para o fornecimento de água.
Os Diálogos Municipalistas deste ano consistem em 16 encontros distribuídos em cidades das cinco regiões do Brasil. Os seminários começaram em agosto e vão até novembro. Em Fortaleza, o evento será encerrado hoje discutindo, entre outros temas, boas práticas para uma gestão de qualidade.
O POVO Online
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