quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Fechamento de unidade regional do semiliberdade de Iguatu gera mobilização e protestos

Lideranças políticas de Iguatu estão mobilizadas para evitar o fechamento da unidade do Semiliberdade Regional de Iguatu, que funciona há 15 anos na cidade com o objetivo de acolher adolescentes infratores, internados com medidas socioeducativas. A unidade funciona no bairro Areias e atende a 14 municípios da região.

A ameaça de fechamento da unidade foi debatida no fim da tarde desta terça-feira, na Câmara Municipal de Iguatu. O presidente Mário Rodrigues lamentou a decisão do governo do Estado e disse que a sociedade está mobilizada para sensibilizar o governo a mudar de ideia. “Promovemos essa audiência para discutir a questão e enviar ao governo a nossa insatisfação”, disse Rodrigues.

A promotora de Justiça, Helga Barreto Tavares, participou da audiência e observou que a unidade carece de melhor estrutura de funcionamento, e defendeu reforma e ampliação, além de questionar a falta de transporte. “É uma falácia o governo alegar que só existem quatro internos, e a capacidade ser de 25, quando na verdade não há condições adequadas para o internamento desse número de jovens”, frisou. “No passado recente, houve até ameaça de rebelião”.

Em fevereiro de 2016, a equipe técnica do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude (CAOPIJ) do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) acompanhou a inspeção que a promotora de Justiça titular da 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Iguatu, Helga Barreto Tavares, realizou na Unidade de Semiliberdade Regional de Iguatu e constatou deficiência da unidade.

Na última sexta-feira,28, a direção da unidade recebeu uma ligação da Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo, determinando que os menores infratores que estavam em recuperação no local fossem transferidos para a região do Cariri.

No fim de semana passado, na Câmara Municipal de Iguatu houve reunião com funcionários da unidade, vereadores e a deputada estadual, Miriam Sobreira.

“Os funcionários estão em aviso prévio, os menores serão conduzidos para Juazeiro e queremos que isto seja revisto, não podemos aceitar que isto aconteça, famílias que não possuem a menor condição de acompanhar estes adolescentes em outra cidade, e como ficarão aqueles que devem ter um acompanhamento no futuro aqui?”, disse Alzanira Gonçalves, sócio educadora que atua na unidade.

“Com essa medida, penso que o governo estadual, tem desconstruído tudo o que foi feito pela sociedade, Judiciário e Ministério Público em defesa do jovem em conflito com a lei na cidade de Iguatu e região, algo precisa ser feito para que seja evitado isto, tenho a certeza que o nosso prefeito Ednaldo Lavor e a deputada Miriam Sobreira farão de tudo para que isto não aconteça”, disse o vereador Ronald Bezerra.

DN Centro Sul
Jornalista Honório Barbosa

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