O piloto do voo que levou o então vice-presidente Michel Temer (PMDB) e sua família a Comandatuba, na Bahia, em 12 de janeiro de 2011, confirmou o relato de Joesley Batista, dono do grupo JBS, segundo reportagem do jornal "O Globo", publicada nesta sexta-feira (9).
Joesley havia revelado ao MPF (Ministério Público Federal) e à PGR (Procuradoria-Geral da República), em acordo de colaboração premiada, que disponibilizou, na ocasião, um jato particular para a viagem do então vice da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A viagem foi omitida da agenda oficial de Temer.
Na terça (6), a Presidência informou que Temer e família haviam viajado em um jato da FAB (Força Aérea Brasileira) de São Paulo para Comandatuba. No entanto, um dia depois, mudou a versão inicial com uma segunda nota e informou que o avião era particular, porém, que Temer não sabia quem era o proprietário.
Além de ratificar a versão do delator, o piloto José de Oliveira Cerqueira, 61, disse ter entregado pessoalmente um buquê de flores para a mulher do agora presidente, Marcela Temer. "Mandaram entregar as flores no avião. A própria empresa me orientou a informar que quem enviou foi dona Flora", disse ele a "O Globo", em referência à matriarca da família Batista, mãe de Joesley.
"O que posso te dizer é que teve as flores. Não comprei, mandaram entregar lá. Fiz o que a empresa me mandou fazer. Isso tudo que o Joesley falou é verdade."
Em seu relato feito a procuradores, Joesley também citou as flores para contradizer a versão de presidente, de que ele não sabia quem era o dono do jato. O empresário disse que o próprio Temer telefonou para ele para agradecer o envio das flores.
Segundo reportagem da "Folha de S. Paulo", Temer disse a aliados que foi o ex-ministro Wagner Rossi quem ofereceu a ele o avião particular de Joesley. Temer teria pedido a Rossi, que é seu amigo e era ministro da Agricultura na ocasião, uma aeronave para a viagem a Comandatuba.
Uol
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