sexta-feira, 30 de junho de 2017

Aquífero Iguatu: primeiro poço jorra 100 mil litros por hora

O teste de vazão do primeiro poço feito no aquífero Julião, neste Município, na região Centro-Sul do Ceará, apresentou resultado esperado por geólogo e técnicos da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Município: 100 mil litros por hora. A ideia é perfurar e instalar inicialmente uma bateria de dez poços rasos na área, que fica próxima ao centro urbano, cerca de 4Km e ao lado da adutora do Açude Trussu, que abastece a cidade.

"Os resultados foram animadores e comprovaram a nossa expectativa", disse o secretário Hildernando Barreto. "Vamos perfurar dez poços rasos e repassar para o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), que fará a instalação e construção de um reservatório para interligar a água na adutora", completou.

O prefeito de Iguatu, Ednaldo Lavor, secretários e assessores acompanharam o primeiro teste de vazão. "Sempre soubemos que essa região é rica em água, mas precisávamos ter uma dimensão e hoje sabemos que esse aquífero dará para atender a demanda urbana", comemorou. "Estávamos preocupados porque o Açude Trussu está secando e a água tende a perder a qualidade, mas agora encontramos uma solução local". O reservatório acumula apenas 10% da capacidade e abastece, além de Iguatu, Acopiara e localidades rurais.

No mês passado, a Secretaria de Agricultura e Pecuária confirmou a existência de um aquífero sedimentar na bacia da Lagoa do Julião, na zona rural, próximo ao centro urbano, após operários concluírem uma bateria de cinco sondagens que comprovaram os estudos geofísicos com expectativa de vazão entre 50 a 100 mil litros por hora.

O geólogo da Secretaria, Magno Régis de Oliveira, disse que os estudos geofísicos realizados confirmaram as histórias narradas por produtores rurais, de que a região sempre foi favorável à existência de água subterrânea em abundância. "O que a Geologia nos mostra é que, no passado, milhões de anos atrás, havia um curso que deixou sedimentos e água", explicou.

O secretário Hildernando Barreto disse que a equipe encontrou água em abundância com apenas seis metros de profundidade. Segundo as sondagens geofísicas, a região demonstra ter uma coluna de água de até 50 metros de profundidade, numa extensão de 10Km por 1,5Km de largura. "Juntando a história, poços perfurados e instalados por particulares na região e esse primeiro que perfuramos, temos uma noção real da existência do aquífero do Julião, com água em quantidade e de boa qualidade", comemorou Barreto.

Na bacia do Julião, o comum é perfurar poços rasos (diâmetro de 30cm) ou fazer cacimbões (poço amazonas) com diâmetro de 3m a 5m, escavados manualmente, numa profundidade de 10 a 15 metros. A adutora do Trussu, que transfere água do reservatório até a Estação de Tratamento de Água (ETA) do SAAE, tem uma extensão de cerca 18Km.

DN Online
Jornalista Honório Barbosa

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