domingo, 28 de maio de 2017

O que mudou no TSE para o julgamento que pode cassar Temer?

Dilma Rousseff ao lado do então vice-presidente Michel Temer durante cerimônia de posse em 2015
No momento em que é atingido por sua pior crise, o presidente Michel Temer (PMDB) enfrenta no dia 6 de junho o julgamento que pode cassar seu mandato no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A decisão será tomada por uma nova composição do tribunal, que teve dois dos seus sete ministros substituídos.

Além disso, foi acrescentado ao processo o depoimento do casal João Santana e Mônica Moura, delatores na Lava Jato que confirmaram a existência de irregularidades na campanha da reeleição de Dilma e Temer em 2014.

Mas o terceiro fator novo na retomada do julgamento, suspenso em abril, pode ser o mais decisivo. Há menos de duas semanas a crise no governo foi agravada pela delação dos donos da JBS, os irmãos Joesley e Wesley Batista, que levou à abertura de um inquérito contra Temer no STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar o envolvimento do presidente em possíveis atos de corrupção, obstrução à Justiça e organização criminosa.

Temer rejeitou as suspeitas contra ele, disse não ter cometido crimes e classificou de "fraudulenta" a gravação feita por Joesley do encontro entre os dois, fora da agenda oficial, no Palácio do Jaburu.

A defesa do presidente não foi suficiente para acalmar a turbulência política.

O PSDB, um dos principais partidos de sustentação do governo, condicionou seu apoio a Temer à decisão da Justiça Eleitoral sobre a cassação do mandato.

Apesar de a delação da JBS não fazer parte do processo na Justiça Eleitoral, ministros do TSE, de forma reservada, afirmam que a crise pode pressioná-los a decidir pela retirada de Temer do poder, segundo reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo".

O governo Temer agora aposta na possibilidade de postergação do julgamento, o que pode ocorrer se, por exemplo, um dos ministros do TSE pedir vista do processo depois de iniciado o julgamento.

O tribunal marcou quatro sessões em junho para retomar a ação. O processo estará em pauta nos dias 6, 7 e 8 (com sessão pela manhã e à noite neste dia).

Entenda como será o julgamento e o possível impacto dos últimos acontecimentos no processo.

Uol

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