sábado, 5 de novembro de 2016

'Foi um momento infeliz', diz Camilo

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O governador do Estado do Ceará, Camilo Santana, considerou "infeliz" a declaração do delegado-geral da Polícia Civil, Andrade Júnior, chamando alguns policiais civis de "pilantras". O áudio com a fala repercutiu nas redes sociais, no início da semana, e causou mal-estar entre agentes da categoria. A declaração do governador foi dada, nesta sexta-feira, em coletiva de imprensa realizada na sede da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS),

"Lamento. Foi um momento infeliz do delegado geral, que inclusive pediu desculpas depois pela palavra utilizada e que tem procurado manter a ordem e o trabalho em relação a esse caso da Polícia Civil", declarou Camilo nesta sexta-feira.

Em resposta, também na coletiva, Andrade Júnior pediu "desculpas à categoria da Polícia Civil", mas reiterou as críticas ao movimento grevista. "O contexto de quem escuta o áudio vê que ele não é direcionado aos policiais civis como um todo, mas a um grupo que vem puxando a greve", defendeu-se.

A declaração polêmica ocorreu em reunião com 160 novos escrivães contratados, na última terça (1º). "Como disse aos senhores, tenho 45 anos de idade e 29 de serviço público. Comecei a trabalhar bem cedo e nunca cometi uma ilegalidade dentro da função. E desafio qualquer um desses pilantras que estão aí". Quanto às ameaças de demissões, Andrade Júnior alegou, ser necessário esperar o parecer da comissão especial da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (CGD), que analisa possíveis transgressões disciplinares de policiais civis.

Ilegal

Durante a entrevista coletiva, Camilo Santana também se posicionou contrário à greve da Polícia Civil, relembrando que o movimento foi decretado ilegal pela Justiça em duas ocasiões, inclusive sujeitando o Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpol-CE) a multas diárias de R$1,5 mil para cada agente paralisado e R$5 mil para cada dirigente da representação.

"É um desrespeito à Justiça e um desrespeito à população. Eles são uma minoria, mas os serviços continuam sendo prestados. Nossa posição é cumprir o que a Lei determina. As pessoas não podem passar por cima ou estarem acima da Lei", disse.

Camilo salientou que nenhum outro Estado do Brasil tem previsão para admitir novos servidores da Polícia Civil, embora sua gestão tenha contratado mais 254 inspetores e esteja contratando mais de 100 novos escrivães. Além disso, afirmou ter autorizado, neste ano, o reajuste médio de 22,5% no salário da categoria, "num momento de tantas dificuldades".

(Nícolas Paulino, colaborador)
DN Online

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