quarta-feira, 2 de novembro de 2016

CGD vai apurar conduta de policiais civis do CE

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Uma comissão especial, formada por três delegados de Polícia Civil, foi criada pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Estado (CGD) para apurar possíveis transgressões disciplinares de policiais civis, que participaram de um movimento realizado no dia 19 de outubro em frente ao 2º DP. As investigações se estenderão também ao fato de alguns servidores estarem acampados nas proximidades do Palácio da Abolição. A decisão foi assinada pela controladora geral Socorro França Pinto, no último dia 26 de outubro e publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) do último dia 31.

De acordo com o documento, um ofício do delegado geral de Polícia Civil deu conta à CGD que foram vistas viaturas operacionais da Polícia Civil na referida manifestação. O Diário Oficial informa, ainda, que a Controladoria considera para fins de investigação, que os policiais civis estão acampados em uma área de segurança e causando a interdição parcial da Avenida Barão de Studart.

Por conta dos eventos citados, a CGD diz que há "necessidade de ser realizada investigação preliminar para apurar possíveis transgressões disciplinares supostamente cometidas pelos policiais civis participantes do movimento". Na última sexta-feira (28), o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) determinou que o Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpol-CE) deve encerrar a greve que foi deflagrada na última quinta-feira (27) e quase dobrou a multa estipulada para a categoria. Conforme a ordem judicial, o não cumprimento da decisão implicará em multa diária de R$ 1,5 mil, por dia, para cada policial civil; já para cada dirigente do Sindicato a multa será de R$ 5 mil.

A vice-presidente do Sinpol-CE, Ana Paula Cavalcante, disse que estão sendo feitas representações contra o que ele considera "intimidações" aos policiais civis. "Estão transformando a CGD em um tribunal de exceção. Já fizemos diversas denúncias de crimes, que nunca tiveram resposta. Porém, para intimidar ou tentar punir um policial que luta por seus diretos, eles são céleres demais", declarou.

Segundo Ana Paula, as delegacias estão com os trabalhos paralisados e foram montados acampamentos também em outras cidades, no Interior. "O delegado geral está tentando passar para o governador a impressão de que a situação está sob controle. Ele está intimidando escrivães novatos do Interior e trazendo para as delegacias de Fortaleza. Estávamos trabalhando com coletes e munições vencidas, sem rádios comunicadores, viaturas com pneus 'carecas', havia fugas e resgates quase todo dia nas delegacias. Corria o risco de um policial civil morrer em serviço a qualquer hora. Essa greve é um grito de socorro em uma situação limite", afirmou.

SSPDS

O coronel Lauro Carlos de Araújo Prado, secretário adjunto da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), disse que as delegacias estão funcionando. "Quando a Delegacia Geral recebe o registro de alguma unidade que esteve com problemas no funcionamento, ou seja, alguém se negando a realizar os procedimentos, são feitos remanejamos de servidores para que o atendimento seja normalizado. A greve foi decretada ilegal pela Justiça e quem está parado vai sofrer as consequências, perante a lei". Prado disse que não tem negociação em andamento com a categoria. "Não vamos negociar uma situação ilegal".

Diário do Nordeste

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