quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Com crise no Fies, número de novos alunos no ensino superior cai em 2015

Pelas novas regras, os estudantes terão que arcar com juros maiores e prazo menor para quitar a dívida - Arquivo Agência Brasil -- http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2015-07/para-especialistas-mudancas-no-fies-tornam-o-programa-mais-sustentavel
O número de novos alunos no ensino superior no país teve, no ano passado, a primeira queda desde 2009. O mau resultado foi puxado pela redução de ingressantes nas instituições privadas.

Os dados constam em resumo do Censo da Educação Superior de 2015, divulgado nesta quinta-feira (6) pelo MEC (Ministério da Educação).

Entraram na universidade no ano passado em cursos presenciais de graduação 2,2 milhões de estudantes, 6,6% a menos do que em 2014, quando registrou-se 2,4 milhões de novos alunos. A rede privada, que concentra o maior volume das matrículas, recebeu 1,7 milhão de novos alunos no ano passado - contra 1,9 milhão um ano antes (redução de 8%).

O ingresso na rede pública ficou estável entre os dois anos. Foram cerca de 1 milhão de novos alunos em 2014 e também em 2015.

A diminuição de matrículas ocorreu ao mesmo tempo em que o governo federal restringiu o acesso ao Fies (Financiamento Estudantil). "Podemos inferir que a restrição no Fies teve muita influência nisso, porque no início de 2015 a crise ainda não dava sinais muito fortes", diz Sólon Caldas, diretor da Abmes (Associação Brasileira das Mantenedoras do Ensino Superior).

Após oferecer 713 mil vagas em 2014, o número de contratos firmados em 2015 caiu para 287 mil (ainda no governo Dilma Rousseff). No primeiro semestre deste ano, 148 mil contratos foram firmados, o que representa 41% das vagas anunciadas pelo governo, como a Folha revelou em agosto.

Não há informações sobre quantas vagas serão oferecidas no Fies no próximo ano. O governo Michel Temer (PMDB) não renovou os contratos neste segundo semestre e deve às instituições valores em torno de R$ 5 bilhões, segundo representantes das instituições. "No Brasil, quem pode pagar, já está estudando. Os mais pobres precisam do financiamento", completa Caldas.

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