domingo, 11 de setembro de 2016

Caso Eduardo Cunha caminha para desfecho após 355 dias

BRASILIA, DF, BRASIL, 14/07/2016-Após o término da reunião na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, há pouco, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que vai recorrer da decisão ao Supremo Tribunal Federal (STF), e lamentou que a CCJ não tenha defendido seu direito ao devido processo lega. (Foto: Renato Costa/Folhapress, PODER)
Os pouco mais de 19 meses de ascensão e queda de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) abrigaram acontecimentos marcantes nos salões, gabinetes e plenários da Câmara.

Prestes a completar 58 anos de idade —seu aniversário é no dia 29—, o deputado do PMDB foi eleito para comandar a Casa após derrotar em primeiro turno o candidato oficial do governo de Dilma Rousseff, em fevereiro de 2015, e desde então se transformou em um dos protagonistas da cena política nacional.

Político de bastidores e com péssima fama nos corredores do Congresso, Cunha ancorou sua eleição na insatisfação parlamentar contra Dilma, de um lado, e na rede de cerca de cem deputados que receberam recursos para suas campanhas por intermédio do peemedebista –ele admite ter acionado empresários para ajudar apenas os candidatos do PMDB.

Sua gestão pode ser dividida em capítulos, a maioria deles polêmicos e conturbados.

Desde o início o presidente da Câmara jogou por terra a promessa de não ser fonte de instabilidade política e partiu para o confronto com os adversários.

O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), o ministro da articulação política de Dilma, Pepe Vargas (PT-RS), e o ministro Cid Gomes (Educação) foram os primeiros a perder os cargos.

A força de Cunha era tal na época que ele anunciou em primeira mão a demissão de Cid —confirmada por Dilma no mesmo dia— após o ministro lançar contra ele suspeita de achaque. Aloizio Mercadante (Casa Civil), outro desafeto, tomou um "gelo" que o inviabilizou no cargo.

Em um segundo movimento, o peemedebista patrocinou um ritmo intenso de votações no plenário da Casa, batendo o recorde de aprovação de projetos que não tinham participação do Planalto. Contribuiu a combinação de um governo enfraquecido com a cobrança da presença dos deputados.

Foram aplicadas diversas derrotas a Dilma, seja no campo econômico, com temas que elevaram os gastos federais, seja no comportamental, em que passaram projetos que contrariam a esquerda, como a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em alguns casos.

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