quinta-feira, 14 de julho de 2016

Se promotores e PF querem mudar a República, que façam política, diz Lula

Em seu discurso de despedida depois de uma viagem de três dias percorrendo Bahia e Pernambuco, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teceu críticas à atuação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal na Operação Lava Jato e foi ovacionado por militantes na noite desta quarta-feira (13), no Recife.

"Se algum representante do Ministério Público, que é uma instituição séria que eu respeito, quiser mudar a República, é melhor deixar o cargo e se candidatar a deputado ou senador e fazer política. Se algum policial federal quer mudar a República, é melhor fazer política", disse.

Neste ano, Lula chegou a ser conduzido coercitivamente por agentes da PF para depoimento em São Paulo em um desdobramento da Operação Lava Jato. Na terça (12), em Petrolina (PE), o petista já havia se queixado do episódio em uma entrevista à "Rádio Jornal".

Para o ex-presidente, desde dezembro de 2014 há uma criminalização do PT. Segundo ele, trata-se de uma represália por ser o seu partido o responsável pelas investigações de corrupção no país.

"Foi o PT quem tirou o tapete que encobria a corrupção nesse país. Foi o PT que investiu na Polícia Federal. Foi no governo do PT que o presidente deixou de escolher o procurador geral da república dando autonomia. É isso que eles não aceitam", afirmou.

Discurso inflamado

No último discurso do périplo pelo Nordeste, Lula apresentou uma fala inflamada, ao contrário do ato realizado pela manhã em Caruaru.

O público também mais empolgado na capital pernambucana interrompia o petista com palavras de ordem e aplausos a cada ataque aos defensores do impeachment. Nem a chuva forte que caiu durante discurso foi capaz de dispersar a multidão.

Além do presidente interino Michel Temer e do deputado Eduardo Cunha, ambos do PMDB, Lula disparou críticas contra a imprensa, a quem acusou de fazer "conluio com a Câmara Federal" para afastar a presidente Dilma Rousseff.

"Será que não é possível fazer investigação sem condenar a partir de manchete de jornal? Sem ter que vender manchete para jornal?", questionou aos gritos. E voltou a listar feitos que atribuiu ao seu governo, como o combate à miséria, maior acesso ao ensino superior e o programa Luz para Todos.

Diário do Nordeste

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