sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Em nota, Cunha reitera depoimento dado à CPI e nega ter conta na Suíça

18/08/2015 Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, durante seminário em Brasília (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), divulgou nesta sexta-feira (2) uma nota na qual rebate as suspeitas de que tenha contas bancárias secretas na Suíça. No comunicado, o peemedebista reiterou as declarações que deu em depoimento à CPI da Petrobras em março, quando negou manter contas no exterior.

A Procuradoria Geral da República (PGR) confirmou na última quarta-feira (30) que o Ministério Público da Suíça enviou ao Brasil os autos de uma investigação sobre Cunha por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A apuração aponta a existência de contas bancárias em nome de Cunha e de parentes dele no país europeu. O volume de recursos encontrado é mantido em sigilo e foi bloqueado pelas autoridades suíças.

Na nota, porém, Cunha não diz textualmente que não possui contas no exterior. Ele escreve apenas que "reitera o teor do seu depoimento prestado a CPI da Petrobras de forma espontânea".

Na ocasião em que foi à comissão, em março deste ano, o peemedebista foi questionado pelo deputado Delegado Waldir (PSDB-GO) sobre a existência de contas na Suíça ou em algum paraíso fiscal. Cunha negou: "Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu imposto de renda”, disse.

Cunha foi à CPI de forma voluntária assim que saiu a lista dos políticos investigados pela Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção na Petrobras. As investigações do Ministério Público suíço começaram em abril deste ano, segundo informou a PGR.

Em seu depoimento à comissão, ele garantiu que não possuía nenhuma conta bancária no exterior.
Na nota, Cunha diz ainda desconhecer o conteúdo dos fatos veiculados e afirma que não se pronunciará sobre o assunto sem ter acesso ao “conteúdo real” do que vem sendo divulgado. “Assim que tiver ciência, por meio de seus advogados, o presidente se manifestará”, diz a nota.

O presidente da Câmara alega ver com "muita estranheza" o que ele classifica de "divulgação seletiva de notícias" com o objetivo de constrangê-lo. O peemedebista reproduz ainda trechos de uma nota anterior que divulgou em agosto, data em que a Procuradoria Geral da República enviou denúncia contra ele ao Supremo Tribunal Federal (STF), em que afirma que as suspeitas contra ele são "patrocinadas pelo PT e pelo governo federal" e questiona o fato de não haver ainda nenhuma denúncia contra "membro do PT ou do governo, detentor de foro privilegiado".

Ele conclui a nota dizendo que continua "absolutamente tranquilo" e faz seu trabalho com "lisura e independência", "confiando plenamente na isenção e imparcialidade do Supremo Tribunal Federal".
Desde que veio à tona a notícia de que as autoridades suíças haviam enviado ao Brasil as informações de que ele manteria contas naquele país europeu, Cunha vinha se recusando a responder se tem ou não conta no exterior. A divulgação da nota é a sua primeira manifestação sobre o caso.

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