Apesar de ter declarado que sua boa educação o impediria de fazer um jantar "rival" na mesma noite em que a presidente Dilma Rousseff reunia seus aliados no Palácio da Alvorada, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), promoveu um encontro com a oposição e governistas na noite desta segunda-feira (3).
E, como previsto, foi uma reunião totalmente anti-Planalto. Isso apesar de contar com a presença de vários líderes de bancadas governistas, que chegaram à casa de Cunha –a cerca de 12 quilômetros do Alvorada– após deixar o jantar de Dilma.
"Tinha mais gente no jantar do Eduardo do que no da Dilma", brincou o oposicionista Paulo Pereira da Silva (SD-SP). O encontro de segunda levou Cunha a cancelar o almoço que faria nesta terça (4) com seus aliados.
De acordo com relatos, o presidente da Câmara acertou com a oposição e com parte da base de Dilma a exclusão do PT dos postos de comando das duas CPIs que têm grande potencial de desgaste para o governo: as que vão investigar supostas irregularidades no BNDES e nos fundos de pensão.
A dos fundos será presidida pelo oposicionista DEM –Efraim Filho (PB)– e relatada por um peemedebista aliado de Cunha, Sérgio Souza (PR). A do BNDES será presidida pelo peemedebista Marcos Rotta (AM) e relatada pelo PR –Márcio Alvino (SP). O oposicionista PSDB ficará com a presidência da uma outra CPI, a de crimes cibernéticos.
Cunha é hoje adversário declarado do governo. Ele afirma haver uma dobradinha sigilosa entre o Planalto e o Ministério Público Federal para incriminá-lo na Operação Lava Jato. Adversários afirmam, entretanto, que ele usa o embate político como cortina de fumaça contra as investigações.
Uol
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